Exemplo de boas práticas: a experiênciaTurca

(Estudo de caso disponibilizado pela Universidade de Gazi)

Este estudo de caso ilustra como a acção piloto foi implementada em nove pequenas/micro organizações de economia social e que operam em diferentes áreas.
Quatro destas organizações, com 7 empregados cada, tentam aumentar o bem-estar social das populações das cidades de Akören, Bozkır, Ilgın e Harmanpınare e também contribuir para a resolução de problemas civilizacionais de ordem social, educacional e económico das referidas cidades. Estas organizações estão localizadas em Ancara. 
Uma outra, é uma associação (7 empregados) que proporciona actividades culturais e cooperação entre as populações da província de Konya. Esta organização está também localizada em Ancara.
A sexta é uma organização (7 empregados) que coordena actividades nas áreas da educação, cultura, desporto e ciência e promove a solidariedade à volta destas áreas entre a população da província de Siirt, que se localza no sudeste da Turquia.
A sétima é uma associação (7 empregados) que se preocupa com problemas de engenharia e de arquitectura e que trabalha na província de Siirt.
A oitava é uma associação (7 empregados) que deseja desenvolver e modernizar a provínica de Siirt .
A nona e última é uma agência (1 empregado) de uma organização espalhada por toda a Turquia que tenta proteger e apresentar os valores ambientais e culturais. Esta agência desenvolve a sua actividade em Siirt. Os contactos (por telefone e/ou pessoalmente) foram feitos junto das Direcções das organizações.

Envolvimento no teste piloto

As organizações foram envolvidas na avaliação do toolkit TSESME, antes da fase final do teste piloto. Esta fase centrou-se sobretudo sobre a aplicação das ferramentas (organizacional e individual) disponibilizadas, os resultados e recomendações e o seminário de formação que visou algumas das necessidades de formação detectadas.

No Questionário Organizacional foram detectadas necessidades nas seguintes áreas:
  • Avaliação do desempenho;
  • Gestão da qualidade (regras e princípios);
  • Qualificação dos empregados, motivação e formação;
  • Enriquecimento e diversificação dos postos de trabalho;
  • Melhoria das competências;
  • Grelhas salariais e incentivos e a sua influência na motivação dos trabalhadores;
  • Responsabilidade e iniciativa dos trabalhadores;
  • Comhecimento sobre tecnologias de informação (redes, e-mail, Internet, Intranet);
  • Estrutura organizacional e a sua influência na atitude dos trabalhadores face à sua colaboração e participação;
  • Políticas de informação interna e de participaçãos;
  • Estruturação de funções e procedimentos gerais.

No Questionário Individual foram identificadas as seguintes necessidades:

  • Melhoria das competências de trabalho em equipa;
  • Desenvolver a utilização de material de trabalho, como diagramas, instruções técnicas, etc..;
  • Descobrir, localizar e seleccionar informações necessárias a partir de diversas fontes (bibliotecas, Internet...);
  • Avaliar as necessidades da gestão e do trabalho;
  • Desenvolver e partilhar novas ideias, conceitos e orientações;
  • Adaptar e usar novos métodos de trabalho e novas tecnologias;
  • Executar simultaneamente múltiplas actividades;
  • Aplicar as normas internas de qualidade;
  • Estar familiarizado/a com o software / computação;
  • Domínio de línguas estrangeiras;
  • Competências interpessoais;
  • Gestão de conflitos;
  • Liderança;
  • Utilizar equipamento de hardware.

Seminário de Formação

Com base nos resultados, decidiu-se que as principais áreas de abordagem durante o seminário de dois dias de formação, seria:

  • Aspectos gerais relacionados com o campo da economia social;
  • Gestão de recursos humanos nas pequenas organizações sociais;
  • Gestão em pequenas organizações da economia social;
  • Liderança nas pequenas organizações de economia social.

ASeleccionou-se métodos de pedagogia activa, o que incluíu:

  • Apresentações orais;
  • Apresentações em Powerpoint;
  • Alguns exercícios individuais de auto-diagnóstico;
  • Estudo de casos;
  • Exercícios em grupo /brainstorming.

Progresso da formação

Os participantes demonstraram especialmente interesse na estrutura organizacional, funções e procedimentos durante o seminário de formação. Todos os participantes seguiram o seminário de formação com uma grande disponibilidade. A descrição de funções, a definição de tarefas, a recolha de informação, e os processos de gestão da crise e de resolução de problemas foram temas abordados brevemente. Foi afirmado que a economia social é uma economia de justiça. Os participantes concentraram-se muito em particular na utilização de competências para recrutar novos funcionários e para preparar e planear as sessões de formação. A liderança e as competências interpessoais foram igualmente temas que mereceram a atenção dos participantes, que aplicaram os exercícios de auto-diagnóstico com grande interesse.

Feedback

Em geral, os participantes reconheceram que o toolkit é um meio importante para obter informações úteis. Foram positivamente surpreendidos com o facto de poder-se obter formulários e questionários/inquéritos  a partir dos exemplos disponibilizados no toolkit. Revelaram alguma expectactiva no que diz respeito a estrutura, organização e descrição de actividades e avaliação de procedimentos. Afirmaram que as suas mentes foram alteradas por este seminário. Procuram agora um mundo mais amplo. Finalmente, os participantes afirmaram que o seminário contribuiu para melhorar a sua auto-confiança.

Conclusão

O seminário terá seguramente impacto nas organizações envolvidas. As organizações que têm uma estrutura interna mais estável e cujo nível de qualificação do pessoal pode ser considerado médio/alto, beneficiarão claramente e usarão o toolkit de uma forma regular, designadamente em termos de apoio à elaboração de documentos relativos a procedimentos internos. Todas as organizações  utilizarão também alguma das informações fornecidas.
Em resumo, o toolkit TSESME e especialmente a ferramenta individual, pode ser visto como um bom método para fornecer um  feedback geral e sugestões genéricas sobre necessidades de formação específicas. O toolkit também fornece uma boa base de discussão com as instituições de formação (formadores/consultores) para a definição de um programa de formação. Para além de incentivar os gestores, gestores de recursos humanos e colaboradores a reflectir sobre a importância da formação. O toolkit estimula as pequenas e micro empresas a procurar formação profissional. O toolkit também aponta campos de formação relevantes e pode ser visto como um ponto de partida para a sua consciencialização. Por outro lado, constata-se que as empresas de economia social têm características particulares na Turquia. Por essa razão, muitas organizações precisam de um apoio presencial de forma a poder ser maximizado o potencial oferecido pelo toolkit TSESME.